domingo, 29 de abril de 2012

DE HORA EM HORA OBAMA PIORA

Crer que algo vá mudar com a troca da guarda na presidência dos EUA sempre foi a maior roubada. Quem manda é o  stablishment, pouco importando as características do seu serviçal da vez na Casa Branca.

John Kennedy, p. ex., nem de longe pode ser considerado a  pomba  que dele fizeram, embora assassinado por  falcões

Deu sinal verde para a invasão da Baía dos Porcos em abril/1961, mas refugou quando o show já começara. Deixou de fornecer a prometida cobertura aérea para o desembarque dos  gusanos  e estes foram facilmente dominados.

Mas, não fez objeção nenhuma a que exilados cubanos utilizassem o território dos EUA para prepararem uma incursão armada contra seu país, nem descartou o apoio intervencionista a tal empreitada.

Foi só na enésima hora que reconsiderou, preferindo evitar um comprometimento tão ostensivo com a agressão a uma nação soberana sem ter-lhe declarado guerra.

Resultado: o mundo inteiro ficou sabendo, da mesmíssima maneira, que os EUA estavam acumpliciados com a invasão. E esta fracassou rotundamente.

Depois que John e Robert Kennedy foram assassinados por ultradireitistas hidrófobos, houve quem os tentasse erigir em grandes democratas.

"JOÃO DO AMOR"?!

Em 1968, no IV Festival de MPB da TV Record, foi até inscrita uma música homenageando o clã, composta por Ary Toledo e Chico Anysio. John Kennedy, quem diria, metamorfoseou-se em "João do amor" que "cantava a paz e o bem", mas cuja canção foi calada por "um tiro à traição". Dessa vez, o simpático Jair Rodrigues não recebeu muitos aplausos por sua interpretação...

Justiça seja feita, John Kennedy teve lá seu grande momento quando administrou a crise dos mísseis cubanos sem ceder às pressões militares para endurecer com a URSS. Com um Nixon na presidência, talvez a humanidade tivesse ido pro beleléu.

Durante a Guerra do Vietnã, eram bem heterodoxos os discursos do precandidato democrata à presidência em 1968, Eugene McCarthy, a ponto de sensibilizarem os jovens contestadores, que fizeram campanha por ele. Mas a indicação acabou ficando com o anódino Hubert Humphrey. Nunca saberemos se Gene, no poder, teria sido fiel à sua retórica.

George McGovern, menos à esquerda mas igualmente comprometido com o fim da guerra, conseguiu ser candidato em 1972, perdendo a eleição para o coadjuvante do macartismo Richard Nixon.

O menos pior dos presidentes estadunidenses nas últimas décadas foi, sem dúvida, Jimmy Carter, que estimulou a redemocratização da América Latina tanto quanto seus antecessores haviam semeado ditaduras. Foi mediador do primeiro acordo de paz entre um país árabe (o Egito) e Israel, amenizou o embargo econômico a Cuba e adotou uma política de paz em relação aos países comunistas. 

...E O VENTO LEVOU!

Está sendo uma completa decepção a  grande esperança negra  Barack Obama (aquele que, dentre outras promessas que o vento levou, comprometeu-se a desativar Guantánamo, só faltando assinar um  papelzinho  como os do Serra).

Tão insignificante vem sendo seu governo que nada melhor ele tem para erigir em trunfo eleitoral, nesta altura da campanha para reeleger-se, do que a hedionda operação pirata para extermínio de Osama Bin Laden e quem mais estivesse por perto, ao arrepio da soberania do governo paquistanês.

Tolamente, o rival republicano Mitt Romney afirmou que "não vale mover céus e terras gastando milhares de dólares só para pegar uma pessoa".

Levantou a bola para os democratas explorarem um tema que lhes favorece junto ao eleitorado de jecas e brucutus dos EUA.

Começando por Bill Clinton, que deu uma declaração mais feia ainda do que as mulheres que escolhe para  pular a cerca: disse que, ao tomar a decisão de autorizar uma  vendetta  caracteristicamente mafiosa contra Bin Laden, Obama teria escolhido "o mais difícil e mais honrado caminho".

Fez-me lembrar o título em inglês de um ótimo filme policial francês (d. Jean Herman, 1968, com Alain Delon e Charles Bronson): Honra entre ladrões.

Pois nada existe de mais desonroso do que ordenar matança tão covarde.
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SINAL VERDE PARA AS COTAS RACIAIS. E TAMBÉM PARA AS COTAS SOCIAIS!

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