"A igualdade
nunca foi dada em nossa história. Sempre foi uma conquista que exigiu
imaginação, risco e, sobretudo, coragem. Hoje não é diferente."
Esta é a lapidar conclusão do memorial redigido por Márcio Thomas Bastos e outros eminentes juristas em defesa das cotas para negros e índios nas universidades públicas brasileiras, cuja constitucionalidade será julgada nesta 4ª feira (25) pelo Supremo Tribunal Federal.
Em seu excelente artigo Hoje o STF julgará as cotas (vide íntegra aqui), o jornalista Elio Gaspari dá seu "palpite de quem conhece a Corte": sete votos a favor e quatro contra.
Rebatendo os alarmistas segundo os quais as quotas "estimulariam o ódio racial e baixariam a qualidade dos currículos da universidades", Gaspari constata:
"Passaram-se dez anos, pelo menos 40 universidades instituíram cotas para afrodescendentes e hoje há milhares de negros exercendo suas profissões graças à iniciativa".
Mantenho
o posicionamento que assumi em junho de 2009, quando havia um tiroteio
de manifestos pró e contra tal política compensatória. No meu artigo As cotas raciais e os 113 tolos pomposos (vide íntegra aqui), observei.
"Para não embarcarmos numa discussão interminável e que talvez nem sequer comporte uma conclusão inequívoca, vamos admitir que negros e pobres tenham suas oportunidades reduzidas em função da desigualdade e da desumanidade que caracterizam o capitalismo no Brasil; e que os negros enfrentem dificuldades maiores ainda que as dos outros pobres.
Então, para os seres humanos justos e solidários, pouco importa se os negros estão em desvantagem por causa da escravidão passada ou por encontrarem-se hoje sob o fogo cruzado do capitalismo e de um racismo dissimulado, mas não menos real. Merecem, sim, que os pratos da balança sejam reequilibrados em seu favor.
...a política das cotas raciais [é] apenas um paliativo, não uma solução: ela ataca somente um dos elos da corrente da injustiça. Não garante que os negros cheguem às portas da faculdade, apenas as abre para os que as houverem conseguido alcançar por seus próprios esforços. E também não garante que tenham igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.
Nem, muito menos, que seus talentos e conhecimentos sejam posteriormente utilizados para o seu perfazimento como seres humanos e em real benefício da sociedade, em vez de servirem à acumulação do capital.
Entre os partidários da competição insensível entre seres humanos movidos pela ganância e os cidadãos decentes que procuram minorar as mazelas do capitalismo, eu me alinharei sempre com estes últimos. Mas, sem ilusões: as injustiças só serão realmente erradicadas quando o bem comum prevalecer sobre os interesses individuais, numa nova forma de organização social".
Em 2009, os elitistas cruzados do não
inspiravam-se nas idéias de Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Rede
Globo e autor de Não Somos Racistas, livro de cabeceira de alguns dos
piores porta-vozes da direita golpista na mídia brasileira.
Qualifiquei então tais "fulgurantes pavões" (Caetano Veloso, Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro e José Goldemberg, dentre outros) de "tolos pomposos"... e não abro!
Vamos torcer para que o topete dos tolos pomposos seja aparado logo mais pelo Supremo...
Qualifiquei então tais "fulgurantes pavões" (Caetano Veloso, Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro e José Goldemberg, dentre outros) de "tolos pomposos"... e não abro!
Vamos torcer para que o topete dos tolos pomposos seja aparado logo mais pelo Supremo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário.
Participe!