O Partido dos Trabalhadores está morto.
Abdicou da defesa dos explorados, deixando-os entregues à sanha dos exploradores.
Desistiu de lutar contra o neoliberalismo, agora o pratica.
Não reage com indignação aos pacotes econômicos impostos pelo grande capital, assume-os e garante sua aprovação no Congresso.
Suas vitórias eleitorais não fazem 800 mil empresários quererem deixar o País, dão-lhes a certeza de que seus interesses serão priorizados.
Não exulta com a chegada do 1º de maio, preocupa-se em como evitar panelaços.
Perdeu o monopólio das ruas, agora toma sacodes de 7x1.
De cartão de visitas da esquerda passou a mais forte argumento contra ela.
Não tem a elite como principal inimiga, mas sim a classe média.
Não promete mais restaurar a moralidade, cria condições para que todos os fisiológicos e venais da política se locupletem.
Não combate os Malufs, Sarneys, Collors e Calheiros, pactua com eles.
Está surdo ao clamor pela punição dos verdugos da ditadura militar, quer ver a página virada.
Não lamenta a infinidade de manifestantes de rua barbarizados pela polícia, solidariza-se a um ou outro oficial que leva a pior.
Deixou de ser a semente do futuro, simboliza o eterno retorno do passado.
Já não representa, orgulhosamente, os trabalhadores, mas sim, veladamente, o patronato.
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