Dilma Roussett vive seu dia que no me quieras.
As rosas não se engalanarão para ela nem vão exibir-lhe suas melhores cores.
E nenhuma estrela sentirá ciumes ao vê-la passar (já não mais descendo a rampa —Lula caridosamente lhe explicou que o povo antes levaria na galhofa do que se comoveria com tal simbolismo—, mas, ainda assim, caindo... despencando do pedestal no qual não conseguiu se manter, tanto por culpa de circunstâncias adversas quanto de sua crassa incompetência, pois salta aos olhos que ela deu substancial contribuição para a própria desgraça).
Também o PT, invertendo o título e o sentido da canção de Luis Miguel que Carlos Gardel interpretava como ninguém, vive seu dia que no me quieras, mais melancólico ainda que o de Dilma.
Pois, em 13 anos e quatro meses no poder, conseguiu frustrar, uma a uma, as esperanças que despertou.
Tinha como missão defender os explorados, mas se tornou cúmplice dos exploradores em vários sentidos, inclusive o do Código Penal.
Cabia-lhe assegurar a governabilidade com a força de suas convicções e a mobilização dos homens de bem, mas achou mais fácil compactuar com a fisiologia e a traficância.
Deveria conduzir os coitadezas para participarem do banquete dos opulentos, mas os colocou ao pé da mesa, recebendo apenas as migalhas que os pantagruéis do capitalismo deixavam escapar pelos cantos da boca.
Estava comprometido com a preservação do nosso patrimônio natural, mas vendeu sua alma ao agronegócio (e as gerações futuras que se danem!).
Tinha uma pauta de modernização dos costumes e fim de preconceitos, mas precisava dos votos das bancadas evangélicas.
Era herdeiro dos heróis e mártires da luta contra a ditadura, mas não ousou inculpar os ogros do passado, nem mesmo quando cortes internacionais o exigiam.
Prometeu diferenciar-se do regime militar não mentindo para o povo nem o manipulando, mas acabou cometendo o pior estelionato eleitoral brasileiro de todos os tempos.
De tanto jogar fora suas bandeiras, ficou sem nenhuma proposta positiva para conquistar os corações e mentes dos eleitores, daí só lhe terem restado os trunfos negativos: o alarmismo falacioso, a satanização dos adversários e a exacerbação do ódio.
Mas, quem ganha eleições erigindo todos os opositores (inclusive os de seu próprio campo) em inimigos a serem moralmente exterminados, tem, depois, de governar um país despedaçado.
Foi o que Dilma não conseguiu fazer, por lhe faltarem aptidões para tarefa tão delicada e porque sua índole autoritária a levava a tentar sempre resolver os problemas com os berros e murros na mesa característicos de uma gerentona.
A pá de cal foi tentar fazer a economia, numa conjuntura internacional já desfavorável para o Brasil, pegar no tranco, recorrendo às anacrônicas receitas do nacional-desenvolvimentismo da década de 1950 (o Estado, e não o povo, é o deus de Dilma).
Ao se dar conta do desastre que seu primeiro governo engatilhou, perdeu a cabeça e tentou desfazer o malfeito rendendo-se incondicionalmente à ortodoxia econômica da direita. Nem isto conseguiu e seu segundo governo derreteu.
Como nações não se suicidam, alguma solução institucional teria de ser encontrada para afastá-la de um poder que desde janeiro de 2015 deixara de verdadeiramente exercer.
Hoje (4ª feira, 11) sua agonia finalmente chegará ao fim.
AINDA SOBRE O AFASTAMENTO DE DILMA, LEIA TAMBÉM (clique p/ abrir):
"DILMA CAI POR CAUSA DE SUA PRÓPRIA INCOMPETÊNCIA"
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