Despacho da agência noticiosa espanhola Efe revela que a paciência do povo grego com a desumanidade capitalista está chegando ao fim.
A conta do desequilíbrio estrutural do sistema vai sendo enfiada goela adentro dos cidadãos de cada nação, sem que jamais se chegue à solução definitiva, pois ela transcende o capitalismo: o mundo só se verá livre da alternância perversa de euforias econômicas e terríveis recessões quando o reparte das riquezas produzidas for regido pelo bem comum e pelo atendimento das necessidades humanas, não pelo lucro.
Do berço da democracia vem o grito de basta!:
"A Grécia vive nesta 4ª feira o primeiro dos dois dias consecutivos de greve geral, o que deve paralisar a atividade econômica do país, incluído o fechamento do espaço aéreo.
Os controladores aéreos anunciaram na 3ª feira à noite adesão ao protesto por 12 horas, gerando 300 cancelamentos no país.
Durante as primeiras 4h desta 4ª feira, o transporte público na capital ficou paralisado.
A indústria, o ensino, sítios arqueológicos e museus, bancos, ministérios, tribunais e serviços públicos estão praticamente paralisados pela falta de trabalhadores.
Profissionais como advogados, funcionários da Fazenda e de Alfândegas continuarão com as greves até 6ª feira e os taxistas se somaram à greve de 48 horas.
Nesta 4ª feira também permanecerão fechados os postos de gasolina, padarias, farmácias e comércios.
Dezenas de toneladas de lixo permanecem nas ruas do país inteiro apesar do decreto de mobilização civil da véspera do Governo para que se faça o recolhimento".
Por enquanto, a união popular se dá em torno da rejeição de mais um pacote recessivo.
Dia virá em que os verdadeiros democratas, em todos os países, dirão basta! ao capitalismo em si -- até porque ele esvaziou a própria noção de democracia, ao tornar o poder econômico tão poderoso que subjuga e sateliza o poder político, esvaziando a representação popular.
Os movimentos anticapitalistas que estamos vendo pipocar mundialmente na atual década constituem apenas acumulação de forças para o confronto decisivo -- no qual se jogarão as esperanças de sobrevivência da espécie humana, seriamente ameaçada de ser arrastada à extinção pelo capitalismo agonizante.
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