domingo, 16 de outubro de 2011

O VÍRUS DO PRECONCEITO

O VÍRUS DO PRECONCEITO


Laerte Braga


Quem imagina que as polícias nos EUA são diferentes das polícias de países como o Brasil, se engana redondamente. A violência e a corrupção andam de mãos dadas e polícia nos EUA, qualquer que seja, é instrumento da classe dominante contra trabalhadores, latinos, negros, asiáticos, na defesa da “propriedade privada”.

Numa época conturbada, de muita tensão, a guerra fria entre as duas superpotências (EUA/URSS) o papa João XXIII lançou a encíclica MATER ET MAGISTRA. Entre outras afirmações, considerou a luta armada válida quando esgotados todos os recursos para se alcançar a liberdade, o bem estar.

A polícia de Los Angeles (curiosamente Os Anjos), Califórnia, baixou a borduna nos manifestantes que tentavam protestar contra a ganância de banqueiros, grandes corporações, o modelo político e econômico dos EUA. Chega a 15% o número de norte-americanos que vivem abaixo da linha da pobreza.

Acampamentos em praças públicas para protestos em solidariedade ao movimento OCUPA WALL STREET foram proibidos e as tendas, semelhantes às usadas no Egito para derrubar Mubarak (com apoio de Obama), foram arrancadas com violência, a mesma violência dos esbirros do ditador deposto.

“Faça o que eu falo, não o que eu digo”. Ou “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

A principal porta voz do conglomerado de bancos, grandes empresas e no Brasil de latifundiários, a REDE GLOBO, noticiou os fatos reportando-os como “protestos contra a crise econômica”. Em nenhum momento, no afã da mentira, da desinformação, dos serviços prestados aos donos, a GLOBO falou em protestos contra a ganância de banqueiros e grandes corporações, ou deu a conhecer as dimensões do movimento.

Nos países da Comunidade Européia 5% da população vivem abaixo da linha da pobreza e nos países do Leste Europeu a situação é mais grave ainda. O controle dos antigos países comunistas está em mãos de máfias. Banqueiros, corporações, traficantes de drogas, de mulheres, etc.

Esses sintomas de desagregação, de preconceitos, de barbárie começam a chegar ao Brasil em pequenas manifestações de setores de nosso País. Uma ofensiva do terrorismo sionista pretende tornar o estudo do Holocausto – como se o sofrimento fosse privilegio deles – obrigatório em todo o Brasil e já o conseguiram em uma cidade, Porto Alegre e num estado, o Rio de Janeiro.

São braços dos controladores de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

Uma cidadã brasileira muçulmana foi impedida de fazer uma prova para renovação de sua carteira de motorista na cidade de São Bernardo do Campo, ABC paulista, por ter se negado a retirar o véu que usava. Ahlam Abdul El Saifi, de 29 anos, foi advertida que para continuar a prova teria que retirar o véu.

O fato ocorreu no CFC – CENTRO DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES – daquela cidade. O xeque Jihad Hassan Hammadeh, da União Nacional das Entidades Islâmicas no Brasil denunciou o acontecimento como sendo “discriminação religiosa”.

A auto-escola onde era realizada a prova através de seu proprietário Neoclair Santo Silvestrini afirmou que considerou a proibição um absurdo. “Mas ninguém fez por maldade nem por discriminação. Foi por medo de ser punido pelo DETRAN”.

O sindicato das auto-escolas tentou escorregar, atribuir tudo a um mal-entendido. O DETRAN, por sua vez, divulgou nota afirmando que “repudia veemente qualquer preconceito e condena a situação ocorrida pela manhã em São Bernardo do Campo”. Segundo o DETRAN nada justifica a conduta da direção do Centro de Formação de Condutores. Anuncia um inquérito para “apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis, que incluem, inclusive, a possibilidade de descredenciamento da auto-escola”.

Ou seja, ninguém fez nada, só Ahlam que não conseguiu fazer sua prova.

São Paulo é governado por um representante da organização terrorista OPUS DEI e o DETRAN vive sob investigações por corrupção.

De um modo geral infecções generalizadas começam com pequenos pontos no corpo e vão tomando conta de todo o resto. Tenha sido o fiscal do DETRAN, ou o dono da auto-escola, refletiram o que a mídia vende diariamente tentando transformar muçulmanos em terroristas, cidadãos de segunda categoria, como o fazem com trabalhadores de um modo geral.

Os rebeldes líbios armados pela organização terrorista OTAN destruíram a casa do presidente Muammar Gadaffi. Para isso usaram um trator. Empreiteiras norte-americanas, inglesas e governo corrupto que se forma devem participar do processo de reconstrução do país.

É a boçalidade do capitalismo que segundo a GLOBO se resume a protestos contra a crise econômica.

Que crise? A ganância de banqueiros? Das grandes corporações? Dos latifundiários brasileiros?

O que os acampados em New York e que começam a se espalhar por todo o território da extinta nação norte-americana (é hoje braço do conglomerado terrorista controlado por Israel), por todos os países da Comunidade Européia querem é fim do modelo, do capitalismo por sua natureza excludente, perversa e bárbara.

Com a África dizimada em guerras montadas por Washington, mercenários de bancos e grandes corporações, o Oriente Médio convulsionado e desejoso de libertar-se da barbárie capitalista irradiada a partir de Israel, os norte-americanos derrotados no Afeganistão (ao lado dos britânicos, principal colônia do conglomerado terrorista na Europa), centenas de milhares morrendo de fome em todos os cantos – exceto Cuba – os grandes estão à beira da falência e governos fantoches aceitam as regras à revelia de seus povos no arremedo de democracia que caracteriza o modelo.

O espetáculo vendido diariamente pela mídia, entre nós GLOBO e menores, todos nos bolsos dos donos.

Quem quer que tenha impedido Ahlam de fazer sua prova – mesmo porque sua carteira apresentava uma foto com véu – traz à tona o preconceito que se encontra a cada instante que o anúncio com a modelo Gisele Bunchen transforma a mulher em melancia, melão, miss laje, etc.

É um vírus que começa a ser difundido no Brasil. A passividade dos governos federal, estaduais e municipais acaba tornando-se cúmplice. O Brasil é grande demais para despertar apetites dessas quadrilhas, mas é grande também para que possamos reagir e ir às ruas impedir que a barbárie nos atinja mais que já atinge.

Não há de ser uma prova para renovação de carteira de motorista que vai fazer ruir o Estado, ou transformar-se numa tempestade em copo de água. Não é não. É um pequeno retrocesso que se espalha por todo o tecido social e tenta nos conduzir à condição de entreposto do capital estrangeiro. Do capitalismo bárbaro e selvagem condenado no movimento OCUPA WALL STREET.

O dono da auto-escola ou o fiscal do DETRAN nem têm consciência de nada. São apenas peças nessa engrenagem capitalista que suga cada trabalhador, cada excluído e que a GLOBO vende como paraíso. Basta ver os caras que dormiram três dias em filas mundo afora para comprar um brinquedinho eletrônico.

Sai o touro de Wall Street, entra Steve Jobs e milhões de robotizados.

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