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segunda-feira, 22 de junho de 2015

DUAS OPÇÕES DESASTROSAS DO PT: O JOGO SUJO CONTRA MARINA E TER IGNORADO O "VOLTA LULA!".

A ficha já deve estar caindo para os petistas que me satanizaram ou ignoraram durante a última campanha eleitoral: era eu quem via mais longe, não os jenios que dirigem o partido.  

Bom conhecedor do que seja um arrocho fiscal, uma recessão e de como se comporta o povo brasileiro quando seu bolso fica vazio, eu adverti: já que lhe faltava coragem política para tentar trilhar caminho diferente do da ortodoxia econômica do capitalismo, então melhor seria o PT, pelo menos,  não continuar na Presidência da República em 2015/2018, deixando para outra força qualquer o mico de acertar as contas públicas tirando o couro e o sangue dos explorados.

Surgiu uma chance de sair do Palácio do Planalto sem grandes traumas: perder para os tucanos seria duro de engolirem, mas a entrada da Marina Silva na disputa facilitava tudo.

Filha pródiga do petismo, ela não era, então, exacerbadamente hostil ao seu partido de origem, nem levava jeito de, num mandato presidencial, adquirir solidez política. Exatamente por conta do desagrado no qual incorre quem faz o serviço sujo do capitalismo, a tendência seria a de não conseguir se reeleger nem fazer seu sucessor, deixando o caminho aberto para Lula voltar garbosamente em 2018.

Sabe-se lá o porquê --suspeito que todos os bons companheiros pendurados nos infinitos cabides do governo e das estatais ou beneficiários de boquinhas hajam tido peso determinante em tal insensatez--, o PT preferiu fincar os dentes no osso, desconstruindo Marina com uma das campanhas eleitorais mais mentirosas, manipulatórias e sórdidas já vistas no Brasil.

Resultado: está tendo ele próprio de degradar-se, impondo aos brasileiros um pacote de odiosas medidas de austeridade que parecem copiadas de Margaret Thatcher, Ronald Reagan e Augusto Pinochet. 

Ao fazer aquilo que tanto repudiava e vinha execrando há mais de três décadas, o PT desmoralizou a si próprio e ao restante da esquerda (pois o cidadão comum dificilmente diferencia a força majoritária das outras tendências, vê tudo como uma coisa só).

Antes do 2º mandato completar um semestre, a recessão do Levy já fez a rejeição a Dilma subir aos píncaros: segundo pesquisa recém-divulgada pelo DataFolha, 65% dos brasileiros a veem como "ruim" ou "péssima", contra míseros 10% que ainda a apoiam.

E o pior ainda está para vir. Não existe a mais remota dúvida de que a recessão vai se agravar (a única incógnita é se virará ou não depressão); nem de que a situação só vai começar a melhorar em 2017 --e isto na mais benigna das hipóteses. O período de penúria poderá durar ainda mais. 

Pelo andar da carruagem, se não renunciar nem for impedida, Dilma só por milagre escapará de passar à História como campeã absoluta de impopularidade presidencial, pior ainda do que o Sarney e o Collor. 

Neste momento, já é um cadáver político. Talvez o cinema se inspire nela para fazer o primeiro filme sobre presidente zumbi... 

Quanto a Lula, que deveria conquistar um terceiro mandato com um pé nas costas, seu prestígio também despenca a olhos vistos. Se o 1º turno fosse hoje, tomaria uma sova do Aécio Neves: 35% a 25%, ficando a Marina com 18%.

E ainda corre o risco de dar com os costados numa prisão, pagando o preço da imprevidência: o mandato que não buscou na última eleição poderá lhe fazer muita falta. O Paulo Maluf, que agora é seu amigo desde criancinha, poderia tê-lo instruído a este respeito.

Aliás, se tal mandato fosse o presidencial, estaríamos, pelo menos, com um governante carismático e politicamente hábil, alguém que talvez conseguisse convencer o povão a suportar melhor a fase de vacas magras.

Todas as vezes em que o "volta Lula!" pareceu ganhar força, eu manifestei simpatia pela substituição da cabeça de chapa, pois via como o pior cenário possível e imaginável termos uma presidenta tão fraca num período tão complicado como o que se desenhava. Dilma quis porque quis o bis. Para quê? Para cumprir funções cerimoniais enquanto o Levy e o Temer governam? Será que seu sonho de menina era tornar-se rainha da Inglaterra?

Mais: terão os grãos petistas, no ano passado, adotado estratégias sugeridas pelo Felipão? Pois a obstinação em vencerem a qualquer preço uma eleição na qual a vitória não nada traria de bom está destruindo o partido: perdeu a classe média, o povão a está seguindo, perderá o poder, tende a encolher acentuadamente nas próximas eleições e é bem provável que sua componente de esquerda migre. A consequência desse 1x7 político e moral será sua definitiva descaracterização e a marcha para a irrelevância..

Quanto a nós, da esquerda, voltamos à estaca zero, tendo de começar de novo a empurrarmos a pedra para o topo da montanha, sem sequer sermos respeitados como éramos em 1980. É desalentador.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O MOMENTO EXIGE UMA REFLEXÃO PROFUNDA

AS CONCLUSÕES A TIRARMOS DO MENSALÃO E DO PETROLÃO

O mensalão existiu? Existiu.

O propinoduto da Petrobrás existiu? Existiu.

Muitos têm dito cobras e lagartos a meu respeito porque, antes como agora, eu me nego a fingir ingenuidade.  

No primeiro caso, ressalvei que todos os partidos influentes se emporcalhavam da mesmíssima maneira e que o rigor contra os réus petistas era inaudito; e também que o Dirceu e o Genoíno não haviam entrado nessa movidos pela ganância, mas sim por acreditarem que era o único jeito de garantirem a governabilidade (ou seja, não visavam ao enriquecimento pessoal, equivocando-se, contudo, quanto ao tipo de serviços que deveriam prestar à causa). 

Mas, tapar o sol com a peneira, isto eu não faço, porque sempre considerei que revolucionários e jornalistas têm um compromisso fundamental com a verdade; o meu eu honro, custe(me) o que custar.

Então, fico satisfeito com o reconhecimento explícito e inequívoco,  por parte de um figurão do petismo, de que quando há fumaça, há fogo.

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, acaba de afirmar que a corrupção continuará existindo "enquanto houver financiamento empresarial de campanha, e as campanhas tornarem-se o momento de muita gente ganhar dinheiro e de se mobilizarem muitos recursos". 

Para não restar nenhuma  dúvida, ele foi taxativo:
Gilberto Carvalho: sinceridade que fazia falta.  
"Não há quem controle a corrupção enquanto houver esse sistema eleitoral. Isso é com todos os partidos. Não há, infelizmente, nenhuma exceção".
Aplaudo a sinceridade do Gilberto Carvalho. Ele é um dos melhores quadros que restaram no PT depois que tantos idealistas saíram ou foram saídos.

Com idêntica honestidade intelectual, reconheço que ele está inteiramente certo quanto à receita para o sucesso no universo putrefato da política oficial. Os partidos que almejam eleger prefeitos, governadores e presidentes, bem como constituir fortes bancadas legislativas, são mesmo obrigados a, pragmaticamente, adotarem procedimentos ilícitos por baixo do pano.

Só não vejo como o financiamento público das campanhas eleitorais vá resolver o problema, pois os sucessivos escândalos nos revelam que os parlamentares e governantes corrompidos jamais se limitaram a obter o dinheiro sujo necessário para a caça aos votos; continuam se vendendo do primeiro ao último dia dos seus mandatos, já que, para tal escória moral, o céu é o limite. 

E a admissão de que é impossível controlar a corrupção na política oficial me leva à seguinte reflexão: para nós, revolucionários, vale a pena magnificarmos a conquista e manutenção de posições num sistema tão carcomido e tão dependente do (portanto, tutelado pelo) poder econômico?

Depois de quase 12 anos de governos petistas, quanto a revolução brasileira avançou? Nem um milímetro. Algumas benesses foram distribuídas aos mais pobres, algumas conquistas sociais podem ser exibidas, mas, no que realmente conta, o grande capital continua dominando a sociedade e avassalando-a aos seus interesses. Esta é a verdade nua e crua.
O saudoso Plínio colocou o dedo na ferida

Então, eu acredito que seria preferível a esquerda encarar a política oficial apenas como tribuna para amplificar suas denúncias e oportunidade para a acumulação de forças, sem sujar as mãos no afã de ganhar eleições ou no sentido de garantir a aprovação de seus projetos.

É o que, com sua profundidade característica, escreveu o grande Plínio de Arruda Sampaio (para acessar o artigo completo, clique aqui): 
"O capitalismo real, tal como existe no Brasil era do imperialismo total, é incompatível com a democracia e a soberania nacional. A burguesia brasileira depende do imperialismo e sobrevive às custas de reprodução permanente de mecanismos de acumulação primitiva que perpetuam a superexploração do trabalho. Nessas condições, o espaço para mudanças dentro da ordem é praticamente nulo. 
A 'democracia real', tal como ela existe no Brasil, não abre espaço para transformação social. Ela funciona como mero ritual eleitoral que operacionaliza a alternância no poder entre as diferentes facções da burguesia, dando um verniz de legitimidade a um padrão de dominação que é, na sua essência, profunda e intrinsecamente antidemocrático.  Para sair do impasse em que se encontra, o movimento social terá de radicalizar a crítica ao capitalismo e redefinir o modo de conceber a complexa dialética entre reforma e revolução".
Então, acrescento eu, inexistindo espaço para mudanças dentro da ordem, cabe-nos priorizar nosso maior (verdadeiramente único) patrimônio: a capacidade de inspiramos esperança ao povo. Se nos deixarmos desmoralizar, incidindo nas maracutaias praticadas "sem nenhuma exceção" pelos partidos convencionais, o povo não acreditará em nós nem nos acompanhará quando formos "radicalizar a crítica ao capitalismo", único caminho para transformarmos verdadeiramente a sociedade. 

É simples assim.

AS PERSPECTIVAS DEPOIS DO VENDAVAL

Até quando se manipularão eleições?
Engraçado, mesmo os mais prejudicados com o vazamento do que Paulo Roberto Costa teria declarado à Polícia Federal estão discutindo e rebatendo as informações imprecisas que a imprensa publica, ao invés de adotarem a única posição correta num caso desses: exigirem que as autoridades apurem as ilicitudes mediante as quais um depoimento resguardado por segredo de Justiça inundou o noticiário, negando-se a comentar acusações das quais nenhum deles tomou conhecimento por vias confiáveis (as possibilidades de manipulação saltam aos olhos!).

É lamentável que uma prática que infringe a lei tenha se tornado habitual e não seja contestada sequer por suas vítimas. Estas raciocinam da seguinte maneira: "Se eu não refutar a(s) acusação(ões), os eleitores vão concluir que é tudo verdade. Então, tenho de dizer qualquer coisa". E, com isto, coonestam essas armações ilimitadas da veja & cia.

Há muita disparidade entre o que cada veículo importante coloca na boca do diretor da Petrobrás, tipo quantos e quem ele teria dedado, qual a gravidade das imputações em cada caso, etc. Manifestar-se no escuro é pedir para falar bobagem e depois cair no ridículo. Nossos políticos são uns pobres diabos, firmes como geléia. 

De algo, contudo, podemos ter certeza: Costa está depondo e as tais 42 horas de gravação existem. Como as coisas chegaram a este ponto?

Minha impressão é de que os petistas, para garantirem a malfadada governabilidade da maneira mais fácil (poderiam, ao invés de comprarem apoios, afrontarem corajosamente a tradicional podridão da política brasileira, pois é isto que o povo deles esperava), servem-se de personagens escusos, que intimamente desprezam, como Marcos Valério e Costa. 
Na recessão anunciada,  convirá termos um pai dos pobres...

Quando a m... fede, tratam de salvar os seus, aqueles que se emporcalharam pela causa, e deixam que os movidos pela ganância se danem.

Evidentemente, os comparsas desprezados não apreciam ser tratados desta forma. Valério refugou demais e deixou passar o momento exato de obter favores da Justiça em troca de dar o serviço. Costa percebeu que seria igualmente abandonado à própria sorte (talvez seja melhor dizer azar, pois o esperava uma cana braba!), então não hesitou: vendeu sua mercadoria no momento em que havia mais compradores interessados. Nada bobo.

Mesmo que o escândalo respingue um pouco no falecido Eduardo Campos e no PSB, é insuficiente para derrubar Marina Silva, a menos que surja alguma acusação específica contra ela. Já Dilma Rousseff, evidentemente próxima do escândalo (chegou a ser ministra das Minas e Energia, continuou sempre interessada nos assuntos da Petrobrás e presidiu seu Conselho de Administração) vai ser alvejada a torto e a direito, provável pá de cal numa candidatura já combalida.

Torço para que os grãos petistas enxerguem o óbvio: insistirem com Dilma será suicídio, enquanto que o carisma de Lula poderá, talvez, evitar a derrota anunciada. Ou convencem a criatura a renunciar para o criador assumir e tentar salvar a pátria, ou podem começar desde já a empacotar os pertences, pois tudo leva a crer que o Palácio do Planalto estará sob nova direção a partir de janeiro.
...ou uma santa dos seringueiros inspirando o povo.

Ignoro se o Lula quererá mesmo estar à frente do governo, responsabilizando-se por decisões impopulares, durante a aguda crise econômica que despencará sobre nós em 2015 e sabe-se lá até quando vai durar. Mas, para a democracia brasileira, será melhor se o PT tentar a sorte com o que tem de melhor. Aí saberemos inequivocamente se o povo ainda quer Lula, ou está preferindo trilhar um novo caminho; se é o PT que está sendo repudiado, ou apenas Dilma. 

Para pilotar a nave Brasil durante os tempos bicudos da recessão, precisaremos de um comandante que seja capaz de inspirar as massas, mantendo viva a esperança em dias melhores: ou o Lula pai dos pobres voltando nos braços do povo, ou a santa Marina dos seringueiros (sem a sombra do Lula, pois o teria derrotado na eleição). Daí meus sinceros votos de que o tira-teima entre os únicos ícones restantes aconteça no mês que vem.

Não consigo imaginar uma Dilma Rousseff ou um Aécio neves pedindo aos brasileiros "sangue, suor, trabalho e lágrimas", sem provocar uma explosão de gargalhadas ou uma enxurrada de palavrões.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MORTE DE CAMPOS MUDA QUADRO SUCESSÓRIO: AGORA MARINA É FAVORITA E DILMA PODE NÃO CHEGAR AO 2º TURNO.

Destino insólito: Campos e Arraes mortos num 13 de agosto.
Quando a campanha presidencial de 2014 se augurava a mais tediosa e enlameada desde a redemocratização, eis que o Sobrenatural de Almeida, reconhecendo que é impossível desviar o futebol brasileiro de sua marcha para o fundo do poço, resolveu trocar o foco, dando o ar de sua graça na política: com a morte inesperada de Eduardo Campos (PSB), logo no cabalístico 13 de agosto (!), a corrida sucessória virou de pernas pro ar.

De imediato, Marina Silva (PSB) passou a ser a favorita para vencer a disputa que, provavelmente, travará com Aécio Neves (PSDB) no 2º turno. E a candidatura de Dilma Rousseff (PT), que já vinha  mal das pernas em função (principalmente) do desempenho pífio da economia brasileira, pode ter recebido nesta 4ª feira o golpe de misericórdia.

Até agora, os que estavam no páreo pra valer eram a ex-guerrilheira que se tornou tecnoburocrata, o neto do raposão conservador e o neto do grande socialista. Dilma levava a vantagem de ser personagem histórica por mérito próprio e, entre três atores políticos com ínfimo carisma, tendia a ser reeleita porque o poder atrai o poder, na razão direta das ambições e na razão inversa da integridade.

Marina Silva: as tragédias moram ao lado...
A candidatura de Marina era, potencialmente, a mais perigosa para o situacionismo, tanto que um grande esforço de bastidores foi feito para que ela saísse da disputa. Para o bem da democracia, outra porta se abriu. Pena que isto se deva a uma tragédia, algo que sempre temos de lamentar. Mas, confirmou-se de novo que quem age de má fé acaba dando tiros pela culatra. Ao invés de ser neutralizada, Marina está mais forte do que nunca.

Com ela no lugar de Campos, Dilma não levará vantagem nenhuma em ser mulher, vai perder de goleada na comparação de quem tem mais a cara e o jeitão do povo sofrido (e, portanto, maior afinidade com o perfil dos primórdios petistas - a trajetória dela lembra a do Lula) e tende a ser esmagada nos debates, pois a decoreba dos marqueteiros de nada servirá contra a autenticidade e espontaneidade messiânicas da companheira de lutas do Chico Mendes. 

No tabuleiro político, a quase nenhuma ênfase de Campos no ideário socialista do avô, preferindo defender um capitalismo mitigado, o deixava bem mais próximo de Aécio que de Dilma. Como consequência, os dois netinhos correriam na mesma faixa, tentando, ao mesmo tempo, evitar que a petista ganhasse no 1º turno e obter uma vaga no 2º, contra Dilma, que se apresentaria como a candidata popular, perseguida pelos ricos e pelo Santander, etc. e tal.

Marina, pelo contrário, não disputará espaço com Aécio, que ficará com todo o eleitorado conservador e direitista para si, mas sim com Dilma: o mapa da mina, para ela, será provar que é mais popular, mais antagônica ao grande capital, melhor defensora do meio ambiente, mais inaceitável para a elite branca e mais fiel aos ideais históricos petistas do que a própria Dilma. Acredito que o conseguirá com um pé nas costas, daí a minha previsão de um 2º turno entre (centro) direita e (centro) esquerda, ou seja, entre Aécio e Marina.
Morte de Campos caiu como um raio sobre ambos

E, claro, sem todo o desgaste acumulado pelo petismo em seus três mandatos presidenciais, e levando em conta que o eleitorado de direita é aproximadamente metade do de esquerda, Marina só não levaria se o avião dela também caísse.

O perigo, claro, seria chegar ao poder como uma estatura bem maior do que as forças políticas que a estariam apoiando, com óbvios riscos de turbulência institucional (dependendo de como lidasse com um Congresso mui provavelmente adverso). Duas vezes, com Jânio Quadros e com Fernando Collor,tal quadro se revelou funesto.

Mas, temos de levar em conta também que o esgotamento do modelo petista está levando a insatisfação popular perigosamente para as ruas, de forma que os riscos existem igualmente com a permanência da atual pasmaceira desesperançada. Entre um salto no escuro e a decadência inexorável, é sempre preferível o primeiro, que pelo menos nos dá oportunidade de lutarmos para a construção de um presente melhor. 

O eleitorado, evidentemente, não equaciona o problema da mesma maneira, mas se mostra visivelmente saturado. Os ventos de mudança começam a soprar e até Deus os parece estar bafejando...

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

EFEITO CONTRÁRIO: KÁTIA ABREU ENCHE A BOLA DA MARINA E ESVAZIA A DA DILMA

senadora ruralista Kátia Abreu (ex-DEM, atualmente no PMDB) afirmou que seria "desastroso" o sucesso da chapa do PSB na eleição presidencial de 2014. 

Motivo? Marina Silva teria contribuído "para que alguns preconceitos fossem construídos com relação ao produtor rural brasileiro como um destruidor do meio ambiente". 

Com a maior cara de pau, ela acrescenta: "E não somos isso". 

Acredite quem quiser. Eu creria antes na existência do Papai Noel e da fada dos dentes...

Está rindo do quê, Dilma? A Wanda choraria
Kátia afirma que foi um equívoco não votar na Dilma em 2010, mas apoiará sua reeleição.

Depois da amarga decepção que tive ao ver figurinhas carimbadas como o Sarney, ACM, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Collor, Maluf e que tais aos beijos e abraços com o Lula, adoraria se a Dilma mandasse essa senhora procurar sua turma.

Lamentavelmente, temo que nossa ilustre presidenta vá continuar recebendo Kátia Abreu com um sorriso nos lábios quando esta for lhe levar (como disse que costuma fazer) as "demandas do agronegócio" --sem sequer cogitar a hipótese de pedir que seja designado(a) um(a) interlocutor(a) menos reacionário(a).

Eu seria capaz até de apostar em que ela aceitará de bom grado o apoio dos ruralistas em 2014, se estes o concederem. Nada é impossível na geleia geral brasileira...

Com o devido respeito, eu me espelharei em Cristo: "Meu reino não é deste mundo". Daí hoje avaliar como uma das maiores  roubadas  da minha vida ter-me deixado convencer a participar de uma campanha eleitoral. 

Se eleito, acabaria vomitando até as tripas por ser obrigado ao convívio frequente com  elementos ativos, ferozes e nocivos ao bem estar comum  como os acima citados; e enfartando de indignação quando não conseguisse impedir os vereadores paulistanos de outorgarem salvas de prata aos jagunços do asfalto.

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sábado, 21 de setembro de 2013

BATALHA DE NETOS NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Campos flerta com o empresariado. O que Arraes diria?
A eleição presidencial de 2014 poderá incluir uma batalha dos netos: o do comunista Miguel Arraes (Eduardo Campos, PSB) contra o do conservador Tancredo Neves (Aécio Neves, PSDB).

O primeiro avô, um bravo guerreiro, resistiu como pôde aos golpistas de 1964. 

O segundo avô é suspeito de, embora fosse oposicionista (moderado), haver tramado a derrota das diretas-já, para depois obter a Presidência da República pela via indireta. 

Político sem carisma para uma vencer uma disputa nacional nas urnas (nem de longe era páreo para Leonel Brizola), teria fechado acordo com aqueles filhotes da ditadura dispostos a tudo para manterem-se no poder após a derrocada da dita cuja. Até de votarem contra a Emenda Dante de Oliveira e, no momento seguinte, darem uma guinada de 180º, abandonando a canoa furada dos fardados e indo ajudar o Maquiavel de Minas a ser vitorioso no colégio eleitoral.

Quando se discute a existência ou não de Deus, vem-me sempre à mente um excelente motivo para responder afirmativamente: o fato de Tancredo Neves ter ganhado, mas não levado, em 1985. Seríamos outro país se houvéssemos saído da ditadura pela porta da frente.

Mas, ter ancestral respeitável não significa que Campos vá seguir-lhe os passos. Hoje não boto a mão no fogo por personagem nenhum da política oficial.

Como o avô, Aécio não tem carisma para voos maiores
No terreno das possibilidades, assim como fui dos primeiros a perceber que Fernando Collor era mais do que um azarão em 1989, tenho a mesma intuição no caso de Campos.

Porque aquela campanha e a próxima coincidem num aspecto: o profundo desencanto popular com a estagnação dominante e com os políticos mais associados às mazelas amplamente repudiadas. Quando o povo está saturado das feias caras de sempre, tende a voltar-se para os  outsiders, ou os que aparentam sê-lo.

Collor não era, só enganava bem.

Campos também fica convincente no papel. A incógnita é se, em algum ponto do trajeto, vai honrar o legado familiar e a orientação socialista do seu partido, ou optará por ser apenas  mais do mesmo: outro esquerdista que  endireita  para tornar-se palatável aos poderosos. Seu empenho em seduzir o grande empresariado aponta na última direção.

Há espaço para ele ocupar, se tiver o beneplácito dos donos do Brasil; afinal, a safra de presidenciáveis é das mais chinfrins.

O sempre previsível Aécio Neves não está decolando e salta aos olhos que o desnorteado José Serra jamais decolará. O PSDB parece fadado a apoiar candidato de outro partido, caso haja 2º turno.

Marina Silva também não leva jeito de repetir 2010. Foi a  outsider  daquele pleito e o bom desempenho a levou a fazer planos mirabolantes, sem perceber que tais situações são únicas na vida e em quatro anos tudo muda.

Campanha de 2014 deverá ser turbulenta como a de 1989
Passado o atrativo da novidade, sobra-lhe quase nada, até porque sustentabilidade nunca foi uma grande preocupação dos brasileiros.  A Marina agora está mais para enésima reprise na sessão da tarde ou sobras requentadas servidas no jantar: não empolga ninguém.

Dilma, com seu governo opaco e sem imaginação num momento que clama por estratégias ousadas, bem fará se não considerar a reeleição como favas contadas; o meu palpite é que vá ganhar no 1º turno ou perder no 2º.

Lula seria a  bola de segurança  do PT, praticamente imbatível mesmo numa campanha que promete ser marcada por surpresas e intempéries, ao contrário das últimas. Resta saber se conseguirá tirar a batata da indicação do fogo sem queimar os dedos. 

Na minha avaliação, sua relutância em assumir-se candidato se deve ao fato de a pupila querer ardentemente a reeleição; não é do feitio de Lula entrar em divididas.

Mas, se a permanência petista no poder correr sério risco, não tenho dúvidas de que ele prazerosamente aceitará a missão de ser o  salvador da pátria.

As apostas estão abertas.

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